O número de atendimentos para o serviço home care tem aumentado, especialmente, para as pessoas da terceira idade, crianças e pré-adolescentes que passaram pela Covid-19, em razão da volta do “novo normal” dos familiares

De acordo com a recente pesquisa Vigitel 2021, do Ministério da Saúde, divulgada em abril deste, em média 11,3% dos brasileiros relataram um diagnóstico médico de depressão. O documento vai de encontro à uma pesquisa realizada pelo UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que constatou o aumento de 4,2% para 8% no início dos primeiros meses da crise pandêmica. Os dados demonstram que, além dos sintomas respiratórios conhecidos causados pela Covid-19, a pandemia foi um grande potencializador para o adoecimento mental, especialmente, nos grupos de risco (idosos, pacientes crônicos), que desenvolveram sintomas graves da Covid-19, além dos familiares envolvidos.

Depois de dois anos de pandemia, conhecemos muitos dos sintomas causados pela Covid-19. Entretanto, algumas heranças patológicas surgiram e se agravaram no enfrentamento à crise de saúde mundial. Durante este período, enfrentamos o medo de contrair a doença, de superar o isolamento, de perder entes queridos, entre tantos outros receios, que fizeram parte do nosso dia a dia. Se antes do período pandêmico pesquisas já apontavam um crescimento expressivo de casos de ansiedade e depressão, nos últimos dois anos houve um agravamento da saúde mental e emocional na população mundial. 

Tratamento

O serviço home care consegue prestar uma assistência psicológica domiciliar de qualidade e tem sido uma alternativa para o atendimento às pessoas da terceira idade, crianças e pré-adolescentes para chefes de família ao retorno à vida normal.  O serviço contribui tanto para o tratamento da depressão como para a prevenção da doença. É o que nos revela a psicóloga Juliana Chagas Vieira, que atua na empresa Home Care Center: “atendendo pacientes idosos, o que vemos durante a pandemia, foi o aumento de problemas emocionais e mentais que desencadearam problemas fisiológicos”.  Neste sentido, acrescenta a psicóloga, verificou que pacientes ainda desenvolveram casos graves da doença e que necessitam de um apoio ainda maior: “os pacientes que passaram por uma internação desencadearam problemas que alteraram, ainda mais, as suas rotinas, como a perda de autonomia, seja ela parcial ou total, o que tem influenciado na saúde mental do paciente e de toda família”.

Dentro deste contexto, na empresa Home Care Center, “casos de stress e depressão estiveram presentes em 60% dos pacientes atendidos durante todo o período pandêmico até o momento atual”, de acordo com Camille Lima do Nascimento, responsável pela Ouvidoria da empresa. Ela acrescenta que “a necessidade de diálogo e apoio emocional tornou-se evidente, sendo que o tratamento para tais patologias foi necessário tanto ao paciente como para os familiares que, também, passaram a apresentar sintomas e quadros depressivos”.

Os motivos para tal reincidência de casos, na vivência da assistente social da Home Care Center Gabriela Raissa Inácio de Sousa, foi que “o novo vírus, na companhia do isolamento social, intensificou os quadros de ansiedade, medo, crises de pânico, insegurança e depressão, agravando e causando alterações na saúde mental de pacientes, famílias e profissionais que atuaram na linha de frente”. Neste sentido, acrescenta: “o serviço de home care, por englobar diversos profissionais como nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, médicos, fonoaudiólogos, entre outros, têm sido uma forma eficaz no tratamento e prevenção da depressão, de desgastes emocionais maiores e do adoecimento do paciente e suas famílias, principalmente, por causa da atenção humanizada”.

No cenário atual, o atendimento domiciliar, especialmente para os grupos de riscos e pacientes que se recuperam de sequelas físicas do Covid, é uma estratégia que beneficia a continuidade dos tratamentos, além de contribuir para a desospitalização e sobrecarga dos serviços de saúde e oferecer segurança e apoio emocional às famílias e pacientes.